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sábado, 28 de abril de 2012

04 - A Filosofia dos Pré-Socráticos


Iniciação a Filosofia

Introdução
A palavra filosofia é de origem grega e significa amor à sabedoria. Ela surge desde o momento em que o homem começou a refletir sobre o funcionamento da vida e do universo, buscando uma solução para as grandes questões da existência humana. Os pensadores, inseridos num contexto histórico de sua época, buscaram diversos temas para reflexão. A Grécia Antiga é conhecida como o berço dos pensadores, sendo que os sophos (sábios em grego) buscaram formular, no século VI a.C., explicações racionais para tudo aquilo que era explicado, até então, através da mitologia.

1  OS PRÉ-SOCRÁTICOS

Os Pré-Socráticos foram os primeiros Filósofos gregos que viveram entre os séculos VII a V a.C. Habitaram a cidade de Atenas antes dos sofistas e nomeadamente antes de Sócrates. Há semelhança de Sócrates conhecem-se apenas notícias e fragmentos das suas obras, que só chegaram até nós porque foram citados ou copiados em obras de Filósofos posteriores.
 Os primeiros filósofos gregos dedicaram-se ao problema de determinar qual era o princípio material de que era constituída a ordem da natureza. Foram chamados de naturalistas, pois procuravam responder a questões do tipo: O que é a natureza ou qual o fundamento último das coisas? Foram considerados como pessoas desprendidas das preocupações materiais do dia a dia e que se dedicavam apaixonadamente à contemplação da natureza. Tinham então como principal objetivo viverem para contemplarem a natureza. Foram simultaneamente poetas e profetas, quer se trate de Anaximandro, de Parménides, de Heraclito ou de Empédocles. Para estes Filósofos a aparência era manifestação do ser, que o aparecer era o desabrochar em plena luz do ser que se mostrava, e era por isso que ser e aparecer estavam tão intimamente ligados, pois o aparecer nunca tinha cortado a sua ligação com o ser. Se estes Filósofos tinham então como preocupação fundamental a natureza, Sócrates por seu lado interessava-se mais pelos problemas do ser humano e da sociedade, pois considerava que explicar a origem e a verdade das coisas através de objectos materiais era absurdo. Sócrates passou uma vida a ridicularizar aqueles que pensavam saber qualquer coisa que não fosse de natureza espiritual.

Algumas obervações acerca de alguns pré-socráticos:

O primeiro Filósogo grego conhecido foi Tales de Mileto que viveu por volta do ano 600 a.C. Tales na companhia de Anaximandro e Anaxímenes defendia que a água, o indefinido, e o ar eram o princípio ou origem de todas as coisas. Preocupavam-se em encontrar a unidade por detrás da multiplicidade dos objetos do universo, e o princípio de explicação da natureza a partir da própria natureza.

Ø  Heraclito acreditava na filosofia do devir, falava de um devir não puramente linear que seria a negação absoluta do ser, mas sim do devir que se desenrolava no interior de um círculo. Considerava haver um ciclo do devir que em tudo representava harmonia, com efeito na circunferência, o começo e o fim coincidem. Defendia que de um lado existia o Logos, que governava todas as coisas e, do outro, o devir que se desenrolava no interior de um círculo apertado por laços poderosos. Acreditava que era no interior de cada um de nós que se operavam as mudanças, dizia que a vida e a morte, a juventude, a velhice e o sono eram a mesma coisa, porque estes transformam-se naquelas e inversamente aquelas transformam-se nestes. Era um defensor da mudança dizia que não se podia penetrar duas vezes no mesmo rio.

à O fogo de Heraclito:
Para Heraclito, o mundo era o mesmo para todos os seres, nenhum deus, nenhum homem o criou; mas foi, é, e será sempre um fogo eternamente vivo, que com medida se acende e com medida se apaga. Heraclito

Ø  Parménides, foi o fundador da escola eleática. Defendia a imutabilidade e unicidade do ser, afirmando que a multiplicidade e a mudança eram apenas aparências. Zenão, que foi seu discípulo, viria a defender as teses de Parménides sobre a imutabilidade do real.

à A esfera de Parménides:
Parménides dizia que o Ser é completo de todos os lados, semelhante a uma esfera bem redonda. Parménides de Élea

Ø  Anaxágoras foi o primeiro filósofo registrado pela história a ter afirmado a existência de um princípio inteligente como causa da ordem do mundo. Para ele o espírito é que ordenava tudo e daí tudo era causa.

Ø  Empédocles, foi o criador da teoria dos quatro elementos que vigoraria até a era moderna: terra, água, ar e fogo, seriam os componentes últimos das coisas, ora reunidos sob a atracção do amor, ora separados pela força da discórdia (ou do ódio).

Prof. David Rubens
28/04/2012

03 - A Filosofia de John Locke


John Locke nasceu em 1632, na cidade de Wrington, Somerset, região sudoeste da Inglaterra. Era filho de um pequeno proprietário de terras que serviu como capitão da cavalaria do Exército Parlamentar. Mesmo tendo origem humilde, seus pais tiveram a preocupação de dar ao jovem Locke uma rica formação educacional que o levou ao ingresso na academia científica da Sociedade Real de Londres.

Antes desse período de estudos na Sociedade Real, Locke já havia feito vários cursos e freqüentado matérias que o colocaram em contato com diversas áreas ligadas às Ciências Humanas. Refletindo a possibilidade de integração dos saberes, o jovem inglês nutriu durante toda a sua vida um árduo interesse por áreas distintas do conhecimento humano. Apesar de todo esse perfil delineado, não podemos sugerir que Locke sempre teve tendências de faceta liberal.

Quando começou a se interessar por assuntos políticos, Locke inicialmente defendeu a necessidade de uma estrutura de governo centralizada que impedisse a desordem no interior da sociedade. Sua visão conservadora e autoritária se estendia também ao campo da religiosidade, no momento em que ele acreditava que o monarca deveria interferir nas opções religiosas de seus súditos. Contudo, seu interesse pelo campo da filosofia modificou paulatinamente suas opiniões.

Um dos pontos fundamentais de seu pensamento político se transformou sensivelmente quando o intelectual passou a questionar a legitimidade do direito divino dos reis. A obra que essencialmente trata desse assunto é intitulada “Dois Tratados sobre o Governo” e foi publicada nos finais do século XVII. Em suas concepções, Locke defendia o estabelecimento de práticas políticas que não fossem contras as leis naturais do mundo.

Além disso, esse proeminente pensador observou muitos de seus interesses no campo político serem tematizados no interior de seu país quando presenciou importantes acontecimentos referentes à Revolução Inglesa. Em sua visão, um poder que não garantisse o direito à propriedade e à proteção da vida não poderia ter meios de legitimar o seu exercício. Ainda sob tal aspecto, afirmou claramente que um governo que não respeitasse esses direitos deveria ser legitimamente deposto pela população.

No que se refere à propriedade, Locke se utiliza de argumentos de ordem teológica para defender a sua própria existência. Segundo ele, o mundo e o homem são frutos do trabalho divino e, por isso, devem ser vistos como sua propriedade. Da mesma forma, toda riqueza que o homem fosse capaz de obter por meio de seu esforço individual deveriam ser, naturalmente, de sua propriedade.

Interessado em refletir sobre o processo de obtenção do conhecimento e a importância da educação para o indivíduo, Locke foi claro defensor do poder transformador das instituições de ensino. De acordo com seus ensaios, o homem nascia sem dominar nenhuma forma de conhecimento e, somente com o passar dos anos, teria a capacidade de acumulá-lo. A partir dessa premissa é que o autor britânico acreditava que as mazelas eram socialmente produzidas e poderiam ser superadas pelo homem.

O reconhecimento do legado de Locke ocorreu quando ele ainda era vivo. Durante a vida, teve a oportunidade de ocupar importantes cargos administrativos e exerceu funções de caráter diplomático. Na Inglaterra, chegou a ocupar o cargo de membro do Parlamento e defendeu o direito dessa instituição indicar os ministros que viessem a compor o Estado. Respeitado por vários outros representantes do pensamento liberal, John Locke faleceu em 1704, na cidade de Oates, Inglaterra.



As suas obras filosóficas mais notáveis são:

Ø      O Tratado do Governo Civil (1689);

Ø      O Ensaio sobre o Intelecto Humano (1690);

Ø      Os Pensamentos sobre a Educação (1693).



As fonte principais da filosofia de John Locke:

As fontes principais do pensamento de Locke são: o nominalismo escolástico, cujo centro famoso era Oxford; o empirismo inglês da época; o racionalismo cartesiano e a filosofia de Malebranche.

02 - Medo e Angústia


Propriedade e Impropriedade, Medo e Angústia

Qual o sentido da vida?
à Consciência de estar vivos e de que vamos morrer algum dia.
·         O sentido da vida é passar os genes para frente: vivemos enquanto indivíduos para garantir a continuidade da espécie como um todo.
·         Satisfação de nossas necessidades vitais: Satisfação das necessidades é um meio para nos mantermos vivos não a finalidade ou sentido da vida.
Os animais vivem o momento, para eles não existe um passado nem um futuro, pois para ter passado e futuro é preciso haver um sentido.

A morte
à Atribuir um sentido para existência.
·         Pensá-la como um projeto: Uma parte por realizar que é condicionada pelo que já se fez.
·         Dimensão do tempo só aparece quando percebo a minha finitude: um ser-para-morte.
·         Saber que se vai morrer é o que desperta a questão do sentido: Se vamos morrer, que sentido tem estar vivo?
·         A morte pode despertar em nós dois sentimentos distintos: o medo e a angústia.
·         O medo nos faz não pensar na morte, conversamos sobre a morte de outros, mas não da nossa.
Segundo o filósofo Martin Heidegger (1889-1976), o medo nos convida a viver na impropriedade, não atribuímos sentido, deixamos que os outros e as circunstâncias o atribuam. Vivemos num sentido impróprio que não aponta em direção alguma, como uma finalidade sem fim.

A angústia
à Por que nos esforçamos por ser belos, ter dinheiro, possuir coisas? Claro, tudo isso pode fazer sentido, mas como meio, não como fim em si mesmo. Na verdade, são na maioria dos casos "sentidos emprestados", na falta de um sentido que seja próprio.
·         A angústia abre a inospitalidade do mundo, sensação de "ficar sem chão".
·         A angústia me revela uma compreensão do meu morrer, que sou singular.

Meu próprio tempo
à Sou um tempo que se esgota: percebo que sou o meu próprio tempo, não o tempo dos relógios. Tempo finito em que o presente só faz sentido em relação a um futuro, a um projetar-se que me revela como realizador de minha própria história, que realiza um sentido que eu mesmo escolhi como minha marca pessoal na história da humanidade.

Conclusão
A vida em si não tem sentido, somos nós que atribuímos um sentido para ela.

Prof. David Rubens
editorakerygma@hotmail.com
28/04/2012

domingo, 22 de abril de 2012

01 - A Filosofia de Sócrates



Uma Aproximação de Sócrates



Introdução



Nascido em Atenas, Sócrates (469-399 a.C.) é considerado um marco divisório da história da filosofia grega. Sócrates, porém, não deixou nada escrito, e o que se sabe dele e de seu pensamento vem dos textos de seus discípulos e de seus adversários.

Sócrates era filho de um escultor e de uma parteira. Dupla herança que, simbolicamente, o levou a buscar esculpir uma representação autêntica do ser humano, fazendo-o dar à luz suas próprias idéias. Sócrates desenvolvia o saber filosófico em praça pública, conversando com os jovens, sempre dando demonstrações de que era preciso unir a vida concreta ao pensamento. Unir o saber ao fazer, a consciência intelectual à consciência prática ou moral.

Sócrates concentrou-se na problemática do ser humano. A pergunta fundamental que Sócrates tentava responder era: o que é o ser humano? Ele respondia dizendo que o ser humano é a sua alma, entendendo-se “alma”, aqui, como a sede da razão, o nosso eu consciente, que inclui a consciência intelectual e a consciência moral, e que, portanto, distingui o ser humano de todos os outros seres da natureza.

O autoconhecimento era um dos pontos básicos da filosofia socrática. “Conhece-te a ti mesmo”, era a recomendação feita por Sócrates a seus discípulos.



Dialética



A filosofia de Sócrates era desenvolvida mediante a dialética (diálogo crítico), o qual pode ser dividido em dois momentos básicos:

Ø  Refutação e ironia: Sócrates interrogava seus interlocutores sobre aquilo que pensavam saber. Seu objetivo era fazê-los tomar consciência profunda de suas próprias respostas, muitas vezes repletas de conceitos vagos e imprecisos.

Ø  Maiêutica: Etapa em que Sócrates propunha uma nova série de questões, com o objetivo de ajudá-los a conceber ou construir suas próprias idéias. Maiêutica, palavra de origem grega que significa “ciência ou arte do parto”, ou seja, a obstetrícia.



Parteiro de almas



A minha arte obstétrica tem atribuições iguais às das parteiras, com a diferença de eu não partejar mulher, porém homens, e de acompanhar as almas, não os corpos, em seu trabalho de parto. Porém a grande superioridade da minha arte consiste na faculdade de conhecer de pronto se o que a alma dos jovens está na iminência de conhecer é alguma quimera e falsidade ou fruto legítimo e verdadeiro.



Uma ameaça social



Como não fazia distinção entre seus interlocutores e questionava tudo, foi considerado uma ameaça social, um subversivo. Recebeu a acusação de ser injusto com os deuses da cidade e de corromper a juventude. Foi condenado a beber cicuta, veneno mortal extraído de uma planta de mesmo nome.

Diante dos juízes, Sócrates assumiu uma atitude imperturbável, de quem nada teme. Permanecia absolutamente em paz com sua própria consciência.



Bem, é chegada a hora de partirmos, eu para a morte, vós para a vida. Quem segue melhor destino, se eu, se vós, é segredo para todos, exceto para a divindade.



Sócrates construiu uma personalidade corajosa, guiando sua conduta pelo critério de justiça que encontrou como correta. Viveu conforme sua própria consciência. Morreu sem ter renunciado a seus mais caros valores morais.



Análise:



Ø  Que fez Sócrates para ser considerado um elemento perturbador da democracia ateniense? Comente.



Reflexão:



“conhece-te a ti mesmo”.

Reflita sobre si mesmo, entenda suas preocupações, limitações, desejos, necessidades, e, através dessa busca, chegue a uma atitude mais reflexiva, mais equilibrada. 

             



Prof. David Rubens de Souza
Disciplina: Filosofia
Pindamonhangba-SP
25/03/2012 

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