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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

78 - Personalidades dos heterônimos de Fernando Pessoa.


Os Heterônimos de Fernando Pessoa são personalidades criadas por ele próprio e que assinam cada qual as suas obras. Para tanto, esses escritores têm biografia e estilo particular.

São três os principais heterônimos de Fernando Pessoa. Inclusive com biografia: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.

Bernardo de Campos é considerado um semi-heterônimo de Pessoa. Isso porque essa personalidade apresenta características muito semelhantes às de Fernando Pessoa, sendo muitas vezes confundido com o próprio escritor.


Alberto Caeiro:

Alberto Caeiro (1889-1915) nasceu em Lisboa. É o mestre dos heterônimos, tendo como discípulos Ricardo Reis e Álvaro de Campos.

Passou a sua vida no campo e ficou órfão de pai e mãe muito cedo, passando a viver com uma tia avó. Morreu de tuberculose.

Apesar da data indicada para o seu falecimento, há registro de poemas de Alberto Caeiro do ano 1919.

 

Estilo

Caeiro valoriza a simplicidade e demonstra o seu gosto pela natureza. Para ele, mais importante do que pensar é sentir, delegando todo o conhecimento à experiência sensorial.

A linguagem da sua poesia é simples, afinal, Caeiro não estudou além da escola primária.

 

Ricardo Reis:

Ricardo Reis nasceu em 1887 no Porto, não sendo conhecida a data da sua morte.

Estudou Medicina e, antes, em colégio de jesuítas. Foi viver no Brasil em 1919, após a instauração da república em Portugal (1910), porque era monarquista.

 

Estilo

Tal como Caeiro valoriza a simplicidade, Ricardo Reis gosta do que é simples, mas num sentido de oposição ao que é moderno.

Tradicional, para ele, a modernidade é uma mostra de decadência. Sua linguagem é clássica e seu vocabulário, erudito.

 

Álvaro de Campos:

Álvaro de Campos nasceu em Tavira, Portugal, no ano 1890. A data do seu falecimento não é conhecida.

Formado em Engenharia na Escócia, não exerceu a profissão.

 

Estilo

Álvaro de Campos valoriza a modernidade e é um pessimista, pois apesar do gosto pelo progresso, o tempo presente o angústia.

Seu estilo pode ser definido em três fases: decadentista, progressista e pessimista.

 

Fernando Pessoa:

Fernando Pessoa, um dos maiores escritores portugueses. Nasceu em Lisboa em 1888, mas ficou órfão de pai aos 5 anos e foi para a África, onde deu início aos seus estudos. Sua mãe tinha casado com um militar nomeado cônsul na África do Sul.

Com 17 anos regressa de forma definitiva a Portugal, onde viveu até o fim da sua vida em 1935.

Modernista, Pessoa destacou-se não só com a sua poesia ortônima, na qual ele assina como Fernando Pessoa, como é muito conhecido pela criação de heterônimos.

 


quarta-feira, 8 de julho de 2020

77 - João Guimarães Rosa: Todo mundo é louco.


Hem? Hem? O que mais penso, testo e explico: todo o mundo é louco. O senhor, eu, nós, as pessoas todas. Por isso é que se carece principalmente de religião: para se desendoidecer, desdoidar. Reza é que sara loucura. No geral. Isso é que é a salvação da alma... Muita religião, seu moço! Eu cá, não perco ocasião de religião. Aproveito todas. Bebo água do rio... Uma só, para mim é pouca, talvez não me chegue. Rezo cristão, católico, embrenho a certo; e aceito as preces de compadre meu Quelemém, doutrina dele, de Cardéque. Mas, quando posso, vou no Mindubim, onde um Matias é crente, metodista: a gente se acusa de pecador, lê alto a Bíblia, e ora, cantando hinos belos deles. Tudo me quieta, me suspende. Qualquer sombrinha me refresca. Mas é só muito provisório. Eu queria rezar – o tempo todo. Muita gente não me aprova, acham que lei de Deus é privilégio, invariável. E eu! Bofe! Detesto! O que sou? – o que faço, que quero, muito curial. E em cara de todos faço, executado. Eu? – não tresmalho!

 

Grande Sertão: Veredas

João Guimarães Rosa


sexta-feira, 19 de junho de 2020

76 - Rubem Braga: Vida e Obra.

 

Rubem Braga: 100 anos do maior artesão da língua portuguesa ...


Rubem Braga nasceu em Cachoeiro do Itapemirim, Espírito Santo, em 1913. Ainda estudante, aventurou-se no jornalismo escrevendo uma crônica por dia no Diário da Tarde. Como repórter, trabalhou para os Diários Associados na cobertura da Revolução Constitucionalista de 1932. Mesmo depois de formado em Direito, seguiu produzindo crônicas, desta vez para O Jornal.

Mudou-se para o Recife e passou a escrever para o Diário de Pernambuco. Fundou, no Rio de Janeiro, o jornal Folha do Povo, tomando partido na Aliança Nacional Libertadora (ANL). Em 1936, lançou o seu primeiro livro de crônicas, O Conde e o Passarinho. Em 1938, fundou, junto com Samuel Wainer e Azevedo Amaral, a revista Diretrizes. Foi correspondente do Diário Carioca na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, tendo tomado parte na campanha da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália, em 1945. No período de 1961 a 1963, foi embaixador do Brasil no Marrocos.

Considerado um dos maiores cronistas brasileiros, Rubem Braga publicou diversos livros, entre eles Crônicas do Espírito Santo e Coisas Simples do Cotidiano.

Braga adorava a vida ao ar livre. Morava em um apartamento de cobertura, em Ipanema, onde mantinha um jardim completo com pitangueiras, passarinhos e tanques de peixes.

Em seus últimos anos de vida, publicou suas crônicas aos sábados n’O Estado de São Paulo. Foram 62 anos de jornalismo e mais de 15 mil crônicas escritas antes de falecer, no Rio de Janeiro, em 19 de dezembro de 1990.

 


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

75 - David Rubens, livros.



RUBENS, David. História da Igreja. 1. ed. Pindamonhangaba: IBAD, 2020. ISBN - 978-85-60068-59-3. P. 200.
RUBENS, David. Pentateuco: História, composição e aspectos teológicos de Gn, Êx, Lv, Nm e Dt. 1. ed. Pindamonhangaba: IBAD, 2020. ISBN - 978-85-60068-56-2. P. 300.
RUBENS, David. Capelania Crista: serviço de assistência espiritual. Pindamonhangaba-SP: IBAD, 2020. ISBN. 978-85-60068-54-8. P. 100.
SOUZA, David Rubens. Jesus Histórico: o caminho do amor e do cuidado. Curitiba-PR: Editora Prismas, 2016. ISBN - 978-8555-07379-3. P. 110.
RUBENS, David. No caminho com Deus: Livro de Reflexões. Pará de Minas/MG: Kerygma, 2012. ISBN. 978-85-7953-638-0. P. 85.
RUBENS, David. Jesus: modelo de práxis-social cristã. São Paulo: Kerygma, 2011. P. 96.




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