.
domingo, 13 de novembro de 2016
70 - HOMO SAPIENS
Pseudônimo: Augusto
Olha,
olha!
Que
ser mais tosco, fútil, estranho, mesquinho;
Corrupto,
covarde e abjeto.
Esconde-se
por trás de uma escrivaninha,
De
uma política, de uma religião, de uma ideologia;
Por
trás das máscaras dos discursos.
Homo
sapiens
Rascunho
da ficção da modernidade no século XXI,
Pensas
que és racional só por que pensas?
Por
que emite sons coordenados?
Por
que escreve em uma linguagem vaga?
Ai!
Dá-me dor de cabeça, coisa ridícula!
A
tua vida e a dos outros
Desperdiçam
espaço na Natureza.
Tu
és só gastos para o governo, impostos e impostos,
Tu
és desperdício para a escola, pois não aprende,
Tu
não serves para santo, pois peca,
E
tu não serves para pecador, pois se arrepende.
Tu
não serves nem para o coveiro,
A
mais vil e insignificante das criaturas,
Que
logo lhe atira em uma vala qualquer,
Rindo
de sua caveira já oca;
E
também não servirás para a vala,
Que
logo a terra dá um jeito de te decompor,
E
as bactérias irão se sobrepor ao teu corpo.
Serás
apenas resto para o reles resto do resto,
A
carne que um dia foi rígida e jovial apodrecerá,
E
a última lembrança que terão de ti será de um cadáver;
Frio,
pálido e até já meio fétido, pouco antes de fecharem o caixão;
Mas
logo na Terra te esquecem, pois nem para memória serves,
E
logo nascem outros mil iguais e melhores que tu,
Que
não serves para nada, absolutamente nada.
Vencedor
do Prêmio X Festipoema, tradicional Festival de Poemas de Pindamonhangaba
que premia autores poetas e interpretadores da poesia num único certame,
estimulando, dessa forma, a criação poética e a arte da interpretação.
O
autor Fábio Augusto é meu aluno de filosofia em Pindamonhangaba-SP.
terça-feira, 8 de novembro de 2016
69 - Livro, Jesus Histórico: O Caminho do Amor e do Cuidado. David Rubens de Souza
Como Jesus foi visto ao
longo da história? Em cada período Jesus foi interpretado de forma muito
particular. Diante disso surgem algumas questões: seria possível reconstruir o
verdadeiro Jesus histórico? O que os evangelhos ensinam sobre o Homem de Nazaré?
Qual foi sua mensagem? Como foi seu ministério? Com quem ele andava? Será que
os evangelhos apresentam respostas para esses dilemas?
O movimento criado por
Jesus há cerca de dois mil anos atrás continua até hoje, mas seria possível
reconhecer a mensagem e a prática de Jesus no movimento que leva o seu nome?
Qual a relação da igreja atual com o caminho de Jesus relatado nos evangelhos?
É preciso saber quem foi
Jesus para entender qual é a missão dos cristãos hoje.
Apresentação: Brochura
Formato: 12 x 18cms
ISBN: 978-85-5507-379-3
Páginas: 110
Edição: 1ª
Ano Publicação: 2016
Editora: Prismas
Compre na Livraria: Comprar
quinta-feira, 11 de agosto de 2016
68 - Como elaborar resenha de livro?
A resenha é mais do que simplesmente fazer uma
apresentação do livro, na verdade, a resenha é uma espécie de interpretação do
texto. Ou seja, exposição de suas ideias em relação ao texto, para isso, é
indispensável a leitura integral do livro. Claro que nesse momento não será
possível a leitura integral da obra indicada, lembrando a orientação em sala de
aula, leia um bom resumo da obra.
Dicas
para elaborar resenha:
1. Gênero do texto.
2. Qual o tema tratado pelo autor?
3. Qual o problema que ele coloca?
4. Qual a posição defendida pelo autor?
5. Argumentos utilizados pelo autor para defender suas
ideias?
6. Sua análise sobre o texto.
- Informações sobre o autor;
- Fale sobre sua ideia em relação ao tema do
livro.
7. Ordem do texto:
§Introdução
à obra resenhada, apresentando:
- O
assunto/ tema;
- O
problema elaborado pelo autor.
§Desenvolvimento
do texto:
- Ideias
centrais do texto;
- Argumentos
e ideias secundárias.
8. Conclusão
apresentando sua crítica pessoal.
- Avaliação da qualidade do texto:
- Quanto
à sua coerência;
- Validade;
- Originalidade;
- Profundidade;
- Alcance.
Essa
é uma simples sugestão para produção de resenha. Você pode alterar ou
substituir o item que achar necessário.
Veja algumas sínteses da obra de Thomas Kuhn. A Estrutura das Revoluções Científicas.
A Filosofia de Thomas Kuhn
Departamento de Filosofia, Unicamp
Breve Resumo
Veja algumas sínteses da obra de Thomas Kuhn. A Estrutura das Revoluções Científicas.
A Filosofia de Thomas Kuhn
Departamento de Filosofia, Unicamp
Breve Resumo
Bom trabalho!
David Rubens
sexta-feira, 1 de julho de 2016
sábado, 11 de junho de 2016
quarta-feira, 8 de junho de 2016
62 - Atividade, Filosofia e Sociologia: Leitura e Análise de Textos
Orientações
O
que é análise de texto?
A análise de texto
significa estudar, decompor, dissecar e dividir para interpretá-lo. Cada parte
do texto deve ser analisado, buscando-se os elementos chaves do autor e a
relação entre as partes constituintes. A decomposição dos elementos
essenciais e a sua classificação nos leva até a ideia-chave, que é o
conjunto de ideias mais precisas.
O
objetivo da análise de texto
Aprender a ler, a ver, a
escolher o mais importante dentro do texto e familiarizar-se com os termos
técnicos, ideias, etc.; hierarquizar o conteúdo do texto; perceber que as ideias
se relacionam e, identificar as conclusões e as bases que as sustentam.
Partes
da análise do texto:
a) dos
elementos constituintes básicos,
b) das
relações entre esses elementos,
c) da
estrutura do texto.
Reelaboração do que foi
entendido do texto, resultando num resumo próprio que é também uma crítica e
reflexão pessoal.
Várias
leituras:
Primeira: serve
para organizar o texto na mente do aluno.
Segunda: Sublinhar as
ideias principais e as palavras-chaves.
Textos
para análise: 61-60-59-58-57-56-55-54-53.
61 - Política; Ta Politika; Pólis
Pólis é a Cidade,
entendida como a comunidade organizada, formada pelos cidadãos (politikos), isto
é, pelos homens nascidos no solo da Cidade, livres e iguais, portadores de dois
direitos inquestionáveis, a isonomia (igualdade perante a lei) e a isegoria (o
direito de expor e discutir em público opiniões sobre ações que a Cidade deve
ou não deve realizar).
Ta politika são os
negócios públicos dirigidos pelos cidadãos: costumes, leis, erário público, organização
da defesa e da guerra, administração dos serviços públicos (abertura de ruas, estradas
e portos, construção de templos e fortificações, obras de irrigação, etc.) e
das atividades econômicas da Cidade (moeda, impostos e tributos, tratados
comerciais, etc.).
Civitas é a tradução
latina de polis, portanto, a Cidade como ente público e coletivo. Res publica é
a tradução latina para ta politika, significando, portanto, os negócios
públicos dirigidos pelo populus romanus, isto é, os patrícios ou cidadãos
livres e iguais, nascidos no solo de Roma.
Pólis e civitas
correspondem (imperfeitamente) ao que, no vocabulário político moderno, chamamos
de Estado: o conjunto das instituições públicas (leis, erário público, serviços
públicos) e sua administração pelos membros da Cidade.
Ta politika e res publica
correspondem (imperfeitamente) ao que designamos modernamente por práticas
políticas, referindo-se ao modo de participação no poder, aos conflitos e
acordos na tomada de decisões e na definição das leis e de sua aplicação, no
reconhecimento dos direitos e das obrigações dos membros da comunidade política
e às decisões concernentes ao erário ou fundo público.
60 - Vocabulário Político Grego:
Ágora:
lugar de reunião; praça pública; espaço onde aconteciam assembleias populares.
Em Atenas era também o espaço onde estavam localizadas as instituições
políticas.
Aristocracia:
governo dos melhores, dos excelentes (aristoi).
Demos:
o povo; mais tarde recebe o sentido do conjunto dos cidadãos. Originalmente
significava os territórios habitados pelos pobres.
Democracia:
regime no qual o poder pertence ao povo (demos).
Dokimasia:
espécie de exame ao qual eram submetidos os pleiteantes a cargos e encargos
públicos, que consistia em verificar, não as competências técnicas, mas as
virtudes cívicas do candidato.
Ekklesia:
assembleia popular.
Isègoria:
igualdade de direito à palavra pública, à palavra política; direito de falar
nas assembleias.
Isonomia:
igualdade de direitos perante a lei.
Koinonia tôn
politon: comunidade de cidadãos.
Meteco:
estrangeiro residente.
Monarquia:
governo de um só (monas).
Oligarquia:
regime no qual a soberania pertence a alguns (oligos) grupos.
Pólis:
cidade; comunidade política.
Politeia:
regime de governo; as instituições públicas.
Ta
politika: política.
Zoon
politikon: expressão utilizada por Aristóteles, que define o
homem como animal político.
59 - Paradoxos da Política
A política é uma atividade específica de alguns profissionais da sociedade ou concerne a todos nós, porque vivemos em sociedade?
Usamos a palavra política ora para significar uma atividade específica – o governo –, realizada por um certo tipo de profissional – o político –, ora para significar uma ação coletiva de reivindicação de alguma coisa, feita por membros da sociedade e dirigida aos governos ou ao Estado. Afinal, a política é uma profissão entre outras ou é uma ação que todos os indivíduos realizam quando se relacionam com o poder?
A política se refere às
atividades de governo ou a toda ação social que tenha como alvo ou como interlocutor
o governo ou o Estado?
Frequentemente,
encontramos expressões como “política da escola”, “política do hospital”,
“política da empresa”, “política sindical ”. Nesse conjunto de expressões, já
não encontramos a referência ao governo nem a profissionais da política.
“Política universitária” e “política da escola” referem-se à maneira como uma
instituição de ensino (pública ou privada) define sua direção e o modo de
participação ou não de professores e estudantes em sua gestão, ao modo como os
recursos serão empregados, ao currículo, às formas de avaliação dos alunos e
professores, ao tipo de pessoa que será recebida como estudante ou como
docente, à carreira dos docentes, aos salários, e, se a instituição for
privada, ao custo das mensalidades e matrículas, etc.
Já “política da empresa”
refere-se ao modo de organização e divisão de poderes relativos aos investimentos
e aos lucros de uma empresa, à distribuição dos serviços, à divisão do
trabalho, às decisões sobre a produção e a distribuição dos produtos, às relações
com as outras empresas, etc.
Afinal, o que é a política? É a atividade de
governo? É a administração do que é público? É profissão de alguns
especialistas? É ação coletiva referida aos governos? Ou é tudo que se refira à
organização e à gestão de uma instituição pública ou privada? No primeiro caso
(governo e administração), usamos “política” para nos referirmos a uma
atividade que exige formas organizadas de gestão institucional e, no segundo
caso (gestão e organização de instituições), usamos “política” para nos
referirmos ao fato de que organizar e gerir uma instituição envolve questões de
poder.
58 - Platão (348/347 a.C.) O Governante Filósofo
Enquanto os filósofos não
forem reis nas cidades, ou os que hoje chamamos reis e soberanos não forem
verdadeira e seriamente filósofos; enquanto o poder político e a filosofia não
se encontrarem no mesmo sujeito; enquanto as numerosas naturezas que perseguem
atualmente um ou outro destes fins de maneira exclusiva não forem reduzidas à
impossibilidade de proceder assim, não haverá termo, meu caro Glauco, para os
males da cidade, nem, parece-me, para os do gênero humano, e jamais a cidade
que há pouco descrevemos será realizada, tanto quanto possa sê-lo, e verá a luz
do dia.
Eis o que eu vacilei
muito tempo em dizer, prevendo o quanto estas palavras chocariam a opinião
comum, pois é difícil conceber que não haja de outro modo felicidade possível,
para o Estado e para os particulares. Então disse Glauco: Após proferir semelhante
discurso, esperas, por certo, Sócrates, ver muita gente, e não sem valor,
arrancar, por assim dizer, os trajes, e nus, agarrando a primeira arma ao seu
alcance, precipitar-se sobre ti com todas as forças, no intuito de praticar
maravilhas. Se não os rechaçares com as armas da razão, e se não lhes
escapares, aprenderás à tua própria custa o que significa escarnecer.
PLATÃO.
A República. Trad. J. Guinsburg. São
Paulo: Editora Difel, 1965, vol. II, p. 45-46.
57 - Aristóteles (384/322 a.C.) O Estado, o corpo, seus poderes e funções
O Estado, ou sociedade
política, é até mesmo o primeiro objeto a que se propôs a natureza. O todo
existe necessariamente antes da parte. As sociedades domésticas e os indivíduos
não são senão as partes integrantes da cidade. Todas subordinadas ao corpo
inteiro. Todas distintas por seus poderes e suas funções, e todas inúteis
quando desarticuladas, semelhantes às mãos e aos pés que, uma vez separados do
corpo, só conservam o nome e a aparência, sem a realidade como uma mão de
pedra. O mesmo ocorre com os membros da cidade: nenhum pode bastar-se a si
mesmo. Aquele que não precisa dos outros homens, ou não pode resolver-se a
ficar com eles ou é um deus, ou um bruto. Assim, a inclinação natural leva os
homens a esse gênero de sociedade. O primeiro que a instituiu trouxe-lhe o
maior dos bens. Mas, assim como o homem civilizado é o melhor de todos os
animais, aquele que não conhece nem justiça nem leis é o pior de todos. Não há
nada, sobretudo, de mais intolerável do que a injustiça armada. Por si mesmas,
as armas e a força são indiferentes ao bem e ao mal: é o princípio motor que
qualifica o seu uso. Servir-se delas sem nenhum direito e unicamente para
saciar suas paixões rapaces ou lúbricas é atrocidade e perfídia. Seu uso só é
lícito para a justiça. O discernimento e o respeito ao direito forma a base da
vida social e os juízes são seus primeiros órgãos.
ARISTÓTELES.
A Política. Trad. Roberto Leal
Ferreira. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 5-6.
56 - Maquiavel (1469-1527), A boa-fé e a astúcia na condução do governo
Todos sabem que é
louvável que o príncipe mantenha a palavra empenhada, e viva com integridade e
não com astúcia. Contudo a experiência dos nossos tempos mostra que os
príncipes que tiveram pouco respeito pela boa-fé puderam com astúcia confundir
os espíritos e chegaram a superar os que baseavam sua conduta na lealdade. Como
sabemos, pode-se lutar de duas maneiras: pela lei e pela força. O primeiro
método é o dos homens; o segundo, o dos animais. Porém, como o primeiro pode
ser insuficiente, tem-se que recorrer ao segundo. É necessário, portanto, que o
príncipe saiba usar bem tanto o processo dos homens como o dos animais. É o que
ensinaram, alegoricamente, os antigos escritores, que contam como Aquiles e
muitos outros príncipes de outrora foram entregues ao centauro Quironte, para
que este os educasse sob sua disciplina. A parábola desse professor
semi-humano, semianimal, adverte que um príncipe deve saber usar as duas
naturezas, e que qualquer uma delas sem a outra não é duradoura. Sendo obrigado
a saber agir como um animal, deve o príncipe imitar a raposa e o leão, pois o
leão não se pode defender das armadilhas, e a raposa não consegue defender-se
dos lobos. É preciso, portanto, ser raposa para reconhecer as armadilhas, e
leão para assustar os lobos. Aqueles que desejam ser apenas como o leão não
compreendem que um governante prudente não deverá agir com boa-fé quando, para
fazê-lo, precise trabalhar contra seus interesses, e quando os motivos que o
levaram a contrair uma obrigação deixarem de existir.
MAQUIAVEL.
O Príncipe. Trad. de Lívio Xavier.
São Paulo: Abril Cultural, 1983, pp. 73-43. (Coleção “Os Pensadores”).
55 - Hobbes (1588-1679), A proteção dos súditos como obrigação do soberano
Entende-se que a
obrigação dos súditos para com o soberano dura enquanto, e apenas enquanto,
dura também o poder mediante o qual ele é capaz de protegê-los. Porque o
direito que por natureza os homens têm de defender-se a si mesmos não pode ser
abandonado através de pacto algum. A soberania é a alma do Estado, e puma vez separada
do corpo os membros deixam de receber dela seu movimento. O fim da obediência,
é a proteção, e seja onde for que um homem a veja, quer em sua própria espada
quer na de um outro, a natureza manda que a ela obedeça e se esforce por
conservá-la. Embora a soberania seja imortal, a intenção daqueles que a
criaram, não apenas ela se encontra, por sua própria natureza, sujeita à morte
violenta através da guerra exterior, mas encerra também em si mesma, devido à
ignorância e às paixões dos homens, e a partir da própria instituição, grande
número de sementes de mortalidade natural, através da discórdia intestina.
HOBBES,
THOMAS. Leviatã – Segunda Parte “Do
Estado”. Trad. de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São
Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 135. (Coleção “Os Pensadores”).
54 - Locke (1632-1704), Da importância do governo para os indivíduos em sociedade
Se o homem no estado de
natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria
pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão
dessa liberdade, por que abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e
controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no
estado de natureza tenha tal direito, a fruição do mesmo é muito incerta e está
constantemente igual a ele, e na maior parte pouco observadores da equidade e
da justiça, a fruição da propriedade que possui nesse estado é muito insegura,
muito arriscada. Estas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma condição que,
embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão que
procura de boa vontade justar-se em sociedade com outros que estão já unidos,
ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens
a que chamo de “propriedade”.
LOCKE,
JOHN. Segundo tratado sobre o Governo.
Trad. de Anoar Aiex e E. Jacy Monteiro: Abril Cultural, 1978, p. 82. (Coleção
“Os Pensadores”).
53 - Rousseau (1712-1778), Sobre a vontade geral e a simplicidade das leis
Enquanto muitos homens
reunidos se consideram um único corpo, eles não têm senão uma única vontade que
se liga à conservação comum e ao bem-estar geral. Então, todos os expedientes
do Estado são vigorosos e simples, suas máximas claras e luminosas;
absolutamente não há qualquer interesse confuso, contraditório; o bem comum se
patenteia em todos os lugares e só exige bom senso para ser percebido. A paz, a
união, a igualdade são inimigas das sutilezas políticas. Os homens corretos e
simples são difíceis de enganar, devido à sua simplicidade. Não os impressionam
de modo algum as astúcias e os pretextos rebuscados, nem chegam mesmo a ser
bastante sutis para serem tolos. Quando se veem, entre os povos mais felizes do
mundo, grupos de camponeses regulamentarem os negócios do Estado sob um carvalho
e se conduzirem sempre sabiamente, pode-se deixar de desprezar os rebuscamentos
das outras nações que com tanta arte e mistério se tornam ilustres e
miseráveis?
ROUSSEAU,
J-J. Do contrato social. Trad. de
Anoar Aiex e E. Jacy Monteiro: Abril Cultural, 1978, p. 117. (Coleção “Os
Pensadores”).
Assinar:
Postagens (Atom)