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sábado, 13 de fevereiro de 2016

52 - Giorgio Agamben


Giorgio Agamben (1942) filósofo italiano, graduado em Direito, editor na Itália da obra do filósofo alemão Walter Benjamin, nasceu na cidade de Roma, em 1942. Atuou como professor na Universidade de Verona e na New York University, antes de se insurgir contra a linha de segurança adotada pela gestão do Presidente George Bush, recusando-se assim a cruzar as fronteiras norte-americanas.
Hoje ele é professor de Estética e Filosofia Teorética na Universitá IUAV, na cidade de Veneza. Em sua obra ele exercita essencialmente a interação entre a filosofia, a literatura, a poesia e principalmente a política. Este filósofo vem, ao longo do tempo, elaborando uma vasta obra, com a qual ele pretende tecer reflexões sobre o comportamento político do Homem contemporâneo.
Agamben, ex-pupilo de Martin Heidegger, tem vários livros traduzidos no Brasil. Ao contrário de seus contemporâneos Toni Negri, pensador marxista anti-globalização, e Gianni Vattimo, que cultiva uma ética da incerteza, Agambem é um filósofo que não se aventura a apontar muitas soluções para os desafios atuais, nem revela euforia diante das novidades. Ele tem concorrido significativamente para o desenvolvimento da filosofia política atual, principalmente na esfera da meditação bio-política.

David Rubens

51 - Michel Serres


Michel Serres (Agen, 1 de setembro de 1930) é um filósofo francês. Sua formação superior se inicia na Escola Naval em 1947 onde se licencia em Matemática. Como caminho natural, nos dizeres de Serres, do aprofundamento da matemática, surge a filosofia. Um dos fatos que fez com que Serres abandona-se a Escola Naval e fosse para as humanidades foi a leitura de Le pesanteur et la grâce de Simone Weil. Em seguida ingressa na École Normale Supérieure em 1952 onde fará seus estudos literários, obtendo também o título de Filosofia em 1955. Durante os anos de 1956 a 1958 Serres serve à Marinha francesa. De volta à vida acadêmica, recebe seu doutorado em 1968. Serres foi orientado em sua tese por Bachelard. A tese versou sobre a diferença entre o método algébrico de Boubaki. É neste momento que Seres aprender matemática moderna, estrutura, álgebra e topologia. Ainda na década de 60 passa pelas universidades de Clemont-Ferrand e Vincennes (Paris-VIII, onde leciona com Foucault), ocupando mais tarde a cadeira de História de Ciência na Sorbonne (Paris I).
No decorrer de sua formação filosófica, Serres percebe que a epistemologia não repercutia as revoluções científicas. “Os epistemólogos trabalham sobre ciências já ultrapassadas”. Em muitos momentos, Serres, aponta a demora dos ramos da filosofia em acompanhar as revoluções científicas. Segundo suas palavras a Bruno Latour, a filosofia nem sequer deu ouvidos no tempo de seu acontecimento os barulhos de Hiroshima. Serres começa a olhar cada vez mais para as revoluções científicas e menos para o arcabouço técnico-filosófico que as epistemologias se muniam.
A sua formação filosófica passa, nos seus dizeres, por três revoluções, (...) em primeiro lugar, a transformações matemática, passado do cálculo infinitesimal ou da geometria às estruturas algébricas e topológicas (...) A segunda foi de ordem física: eu aprendera a física clássica e, de repente, eis a mecânica quântica (...) a terceira revolução, posterior, ocorreu após ter conhecido Jacques Monod e tê-lo como amigo por muito tempo.
É por meio dessas misturas entre ciência, filosofia, letras, que Serres forjará sua filosofia, seu modo de pensar as ciências.
Desde 1984 é professor da Universidade de Stanford, sendo ainda eleito para a Academia Francesa em 1990.


David Rubens

50 - Pierre Lévy


Pierre Lévy nasceu na Tunísia, país do norte da África, em 2 de julho de 1956, no seio de uma família de judeus; nesta época sua terra natal era colônia da França. Não se sabe praticamente nada sobre sua existência até 1980, quando ele terminou seu Mestrado em História da Ciência, na Universidade de Sorbonne, em Paris, a não ser que se graduou em História.
Sua vocação para a pesquisa lhe foi revelada durante um curso com o filósofo francês Michel Serres, na Sorbonne. Três anos após a conclusão de seu mestrado, Pierre defendeu sua tese em Sociologia e Ciências da Informação e da Comunicação, igualmente na capital francesa, discorrendo sobre a idéia da liberdade na Antiguidade.
As pesquisas de Lévy se concentraram especialmente na área da cibernética e da inteligência artificial. Nos anos 80 ele passou a lecionar na Universidade de Quebec, em Montreal, no Canadá. Suas aulas giravam em torno da função dos computadores no mecanismo da comunicação.
Nesta mesma instituição ele cuidou da gestão do departamento de comunicação do campus, de 1987 a 1989. Ao retornar à França, o filósofo da informação, que se especializou em investigar as relações entre a Internet e a esfera social, ocupou o cargo de professor de Ciências Educacionais na Universidade de Paris-Nanterre, aí permanecendo de 1990 a 1992.
Em seus estudos ele aborda o papel fundamental das tecnologias na esfera da comunicação e a performance dos sistemas de signos na evolução da cultura em geral. Simultaneamente ao seu trabalho na educação, ele institui em Genebra, na Suíça, um instituto conhecido como Laboratório Neurope, onde atua como pesquisador.
O estudioso lança, em 1987, seu primeiro livro, A Máquina Universo - criação, cognição e cultura informática. Mas Pierre se torna particularmente famoso em todo o Planeta a partir de 1994, quando ele difunde sua tese sobre a ‘árvore de conhecimento’, um mecanismo que criou junto com Michel Authier. Este sistema é composto por um software de cartografia e pelo intercâmbio de conhecimentos entre comunidades, gerando uma ampla enciclopédia virtual em constante transformação.
Esta teoria é exposta na obra A Árvore do Conhecimento, lançada em 1992, fruto do trabalho dos dois pesquisadores. Anteriormente, porém, ele publicou seu livro mais popular no Brasil, As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática, de 1990. Uma boa parte de sua bibliografia já foi publicada no Brasil.
A partir de 1993, Pierre passa a atuar como professor no Departamento de Hipermídia da Universidade de Paris-8, em St-Denis. De 2002 em diante ele assume como titular da cadeira de pesquisa em inteligência coletiva, na Universidade de Ottawa, novamente no Canadá. O filósofo logo se torna integrante da Sociedade Real do Canadá (Academia Canadense de Ciências e Humanidades).
Lévy já veio ao Brasil diversas vezes. Seus temas por excelência são a exclusão do universo digital, a Internet, as novas tecnologias da comunicação, o futuro da humanidade na esfera da contínua digitalização.

David Rubens


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