Michel
Serres (Agen, 1 de setembro de 1930) é um filósofo francês. Sua
formação superior se inicia na Escola Naval em 1947 onde se licencia em
Matemática. Como caminho natural, nos dizeres de Serres, do aprofundamento da
matemática, surge a filosofia. Um dos fatos que fez com que Serres abandona-se
a Escola Naval e fosse para as humanidades foi a leitura de Le pesanteur et la
grâce de Simone Weil. Em seguida ingressa na École Normale
Supérieure em 1952 onde fará seus estudos literários, obtendo também o
título de Filosofia em 1955. Durante os anos de 1956 a 1958 Serres serve à
Marinha francesa. De volta à vida acadêmica, recebe seu doutorado em 1968.
Serres foi orientado em sua tese por Bachelard. A tese versou sobre a
diferença entre o método algébrico de Boubaki. É neste momento que Seres
aprender matemática moderna, estrutura, álgebra e topologia. Ainda na década de
60 passa pelas universidades de Clemont-Ferrand e Vincennes (Paris-VIII, onde
leciona com Foucault), ocupando mais tarde a cadeira de História de Ciência na
Sorbonne (Paris I).
No decorrer de sua
formação filosófica, Serres percebe que a epistemologia não
repercutia as revoluções científicas. “Os epistemólogos trabalham sobre ciências
já ultrapassadas”. Em muitos momentos, Serres, aponta a demora dos ramos da
filosofia em acompanhar as revoluções científicas. Segundo suas palavras
a Bruno Latour, a filosofia nem sequer deu ouvidos no tempo de seu
acontecimento os barulhos de Hiroshima. Serres começa a olhar cada vez mais
para as revoluções científicas e menos para o arcabouço técnico-filosófico que
as epistemologias se muniam.
A sua formação filosófica
passa, nos seus dizeres, por três revoluções, (...) em primeiro lugar, a
transformações matemática, passado do cálculo infinitesimal ou da geometria às
estruturas algébricas e topológicas (...) A segunda foi de ordem física: eu
aprendera a física clássica e, de repente, eis a mecânica quântica (...) a
terceira revolução, posterior, ocorreu após ter conhecido Jacques Monod e tê-lo
como amigo por muito tempo.
É por meio dessas
misturas entre ciência, filosofia, letras, que Serres forjará sua filosofia,
seu modo de pensar as ciências.
Desde 1984 é professor
da Universidade de Stanford, sendo ainda eleito para a Academia Francesa
em 1990.
David Rubens
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