7 de maio de 1711, Edimburgo (Escócia)
25 de agosto de 1776, Edimburgo
(Escócia)
De família escocesa, David Hume nasceu
em 7 de maio de 1711, em Edimburgo, e morreu na mesma cidade em 25 de agosto de
1776. Em 1734 viajou para a França, depois de uma experiência sem sucesso no
comércio, atividade a que se dedicou com a intenção de recuperar-se de um
intenso esgotamento intelectual. Permaneceu na França até 1737, completando a
redação de seu "Tratado", iniciado com pouco mais de vinte anos de
idade.
Retornando à Grã-Bretanha, ocupou
cargos públicos, incluindo o de secretário de Estado (1768). Antes, entre 1763
e 1765, serviu na França como secretário da embaixada inglesa. Ao falecer,
revelou extraordinária tranqüilidade diante da morte.
A posição doutrinária assumida por Hume
pode ser explicada pelo subtítulo do "Tratado": "Ensaio para introduzir
o método experimental de raciocínio nos assuntos morais". Diz ele, na
introdução, que, assim como a ciência do homem é o único fundamento sólido para
as outras ciências, assim o único fundamento sólido que podemos dar à ciência
do homem repousa necessariamente sobre a experiência e sobre a observação.
Fenomenismo e ceticismo
Toda a obra de Hume pode ser explicada
pela preocupação de implantar nas ciências morais a posição metodológica
assumida por Isaac Newton no domínio da astronomia e da física, posição que se
define como positiva no sentido de que se abstém de toda hipótese que não
resista à verificação experimental.
Como conseqüência de obedecer, com
rigor, à orientação metodológica de Newton, resultavam excluídas as
especulações sobre a natureza da alma, assim como os discursos sobre o absoluto
e o "a priori". Tanto a nosso respeito quanto a propósito do mundo,
apenas poderíamos conhecer aquilo que se pudesse oferecer à observação e à
experiência, promovendo-se, assim, a eliminação das hipóteses inverificáveis.
É dessa posição que resulta o
fenomenismo de Hume, tão mal interpretado. Conforme observa Lévy-Bruhl, o
fenomenismo de Hume não se funda em razões metafísicas. Na verdade, Hume nunca
pretendeu resolver o problema da coisa em si. Em relação a esse problema e na
medida em que lhe fosse proposto, quer por idealistas, quer por realistas,
simplesmente o recusaria e se declararia cético.
O fenomenismo de Hume é puramente
metodológico. É da mesma ordem do que se instituiu em relação à ordem física,
quando se limitou o objeto da ciência ao que se revela acessível à observação e
à experiência. Hume somente se propõe a estudar os fenômenos, sem que essa
decisão implique nem direta, nem indiretamente, na solução de qualquer problema
metafísico.
Rompendo com a metafísica
Muito dos filósofos contemporâneos
ainda discutem as teses de Hume sobre a religião, sobretudo as expostas no
ensaio "Dos milagres", de 1758, e em "Diálogos sobre a religião
natural", publicado postumamente, em 1779. Com o seu habitual ceticismo,
rompendo definitivamente com a tradição metafísica ocidental, Hume nega a
possibilidade de se verificar, por meio de testemunhos históricos, os milagres
(que, supostamente, suspendem as leis da natureza). Para Hume, não é possível
se admitir nenhuma prova da existência de Deus nesta existência.
Hume também é importante como
historiador: escreveu a primeira moderna "História da Grã-Bretanha",
que abrange o período que vai de Júlio César até 1688. Quanto à economia,
Hume desenvolveu muitas ideias, até hoje importantes - que influenciaram, entre
outros, Adam Smith -, sobre a propriedade intelectual, a inflação e o
comércio exterior.
Fonte: david-hume
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