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quarta-feira, 8 de junho de 2016

53 - Rousseau (1712-1778), Sobre a vontade geral e a simplicidade das leis


Enquanto muitos homens reunidos se consideram um único corpo, eles não têm senão uma única vontade que se liga à conservação comum e ao bem-estar geral. Então, todos os expedientes do Estado são vigorosos e simples, suas máximas claras e luminosas; absolutamente não há qualquer interesse confuso, contraditório; o bem comum se patenteia em todos os lugares e só exige bom senso para ser percebido. A paz, a união, a igualdade são inimigas das sutilezas políticas. Os homens corretos e simples são difíceis de enganar, devido à sua simplicidade. Não os impressionam de modo algum as astúcias e os pretextos rebuscados, nem chegam mesmo a ser bastante sutis para serem tolos. Quando se veem, entre os povos mais felizes do mundo, grupos de camponeses regulamentarem os negócios do Estado sob um carvalho e se conduzirem sempre sabiamente, pode-se deixar de desprezar os rebuscamentos das outras nações que com tanta arte e mistério se tornam ilustres e miseráveis?

ROUSSEAU, J-J. Do contrato social. Trad. de Anoar Aiex e E. Jacy Monteiro: Abril Cultural, 1978, p. 117. (Coleção “Os Pensadores”).

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