Jacques-Marie
Émile Lacan (Paris,
13 de abril de 1901 - Paris, 9 de setembro de 1981) foi um psicanalista
francês.
Formado em
Medicina, passou da neurologia à psiquiatria, tendo sido aluno de Gatian de
Clérambault. Teve contato com a psicanálise através do surrealismo e a partir
de 1951, afirmando que os pós-freudianos haviam se desviado, propõe um retorno
a Freud. Para isso, utiliza-se da linguística de Saussure (e posteriormente de
Jakobson e Benveniste) e da antropologia estrutural de Lévi-Strauss,
tornando-se importante figura do Estruturalismo.
Posteriormente
encaminha-se para a Lógica e para a Topologia. Seu ensino é primordialmente
oral, dando-se através de seminários e conferências. Em 1966 foi publicada uma
coletânea de 34 artigos e conferências, os Écrits (Escritos). A partir
de 1973 inicia-se a publicação de seus 26 seminários, sob o título Le
Séminaire (O Seminário), sob a direção de seu genro, Jacques-Alain Miller.
Sua primeira
intervenção na psicanálise é para situar o Eu como instância de
desconhecimento, de ilusão, de alienação, sede do narcisismo. É o momento do
Estádio do Espelho. O Eu é situado no registro do Imaginário, juntamente com
fenômenos como amor e ódio. É o lugar das identificações e das relações duais.
Distingue-se do Sujeito do Inconsciente, instância simbólica. Lacan reafirma,
então, a divisão do sujeito, pois o Inconsciente seria autônomo com relação ao
Eu. E é no registro do Inconsciente que deveríamos situar a ação da
psicanálise.
No Brasil, um
dos principais pioneiros da psicanálise lacaniana é MD Magno, fundador do
Colégio Freudiano do Rio de Janeiro, em 1975, bem como Célio Garcia, um dos
primeiros a introduzir o pensamento de Lacan na Universidade, em Minas Gerais.
O trabalho de Lacan exerce forte influência nos rumos do tratamento psíquico,
inclusive na definição de políticas de saúde mental, especialmente no Brasil.
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